Era tarde
Tarde da noite
Onde da janela se via a lua
E se ouvia o silêncio.
Havia silêncio na noite
Mas barulho na alma
Inquieta, ela rodava
Entre memórias e angústias já vividas.
E ela não sabia se era ela
Ou se era a mente vagando
Se era ela
Ou a intuição gritando
Mas, naquele momento
Já não importava o que fosse
Era dela
E era sofrido
E ela se entregou
Não ao sofrimento
Mas à vida
Aos acasos
Se fosse para sofrer
Que fosse
Se fosse para viver
Que fosse agora
Que se viva o que vier
O que houver
O que seja
Que seja
Ela cansou
Se rendeu
Ao vivo
Ou ao morto
Que seja.