Em japonês, a expressão do título significa “premonição de amor”. Aquela sensação, após conhecer alguém, de que você irá se apaixonar por aquela pessoa. Você sabe do que eu estou falando, não sabe? Mas se não souber, saberá.
É uma certeza. Quase que uma visão do que o futuro reserva. Como num flash, enxergamos mãos dadas, sorrisos soltos, companheirismo. Em uma fração de segundo, sentimos todo o amor que nos espera, sentimos o coração quentinho, um bem estar completo e suficiente.
É uma sensação rápida, mas suficientemente concreta. Acontece quando você menos espera. Inunda a alma, inunda pensamentos, inunda o corpo. Transcende. Transborda. Transfere.
Você sabe o que vai sentir, o que vai viver e o que vai acontecer entre você e a pessoa responsável por tal façanha. Não sabe como – nem quando – mas sabe com quem. Pode ser forte ao ponto de você saber que encontrou o amor da sua vida. E, garanto, quando acontece, não tem como se enganar. Basta aceitar e ser você mesmo. A sinceridade é ideal daí para frente.
Não é uma questão de escolha. O apaixonar-se é um apoderar-se de sensações que fogem do seu controle. O apaixonar-se é mágico, já que não pode ser explicado de maneira racional. É um enigma, uma ligação misteriosa entre duas pessoas que, quando forte, impressiona pela intensidade e foge de qualquer explicação. Por vezes, vem acompanhado de súbitas coincidências, que chegam a ser assustadoras – no lado bom, claro.
É sentimento puro, mas que entrega a você a escolha de vive-lo ou fugir da raia. Eu, na intensidade tão conhecida por todos, vivo. Penso que fugir desta sensação é uma tortura anunciada: sofrimento na certa. Gosto de ser invadida, de perder o controle dos meus pensamentos, de mudar os hábitos alimentares, de sacudir a rotina, de dormir menos para viver mais.
Saber que vai se apaixonar por alguém é algo como um pedacinho de paz. Este saber intuitivo e devastador funciona como uma aquietação daquilo que grita dentro da gente. Soa como uma nova chance depois de amores imperfeitos, como esperança de recomeço, como um sopro de vida depois da morte de casos passados.